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sábado, 26 de junho de 2010

Se tens um coração de ferro, bom proveito.

O meu, fizeram-no de carne, e sangra todo dia...

José Saramago

sexta-feira, 25 de junho de 2010

Querida, eu juro que não era eu. Que coisa ridícula! Se você estivesse aqui - Alô? Alô? - olha, se você estivesse aqui ia ver a minha cara, inocente como o Diabo. O quê?Mas como, ironia? "Como o Diabo" é força de expressão, que diabo. Você acha que eu ia brincar numa hora desta? Alô! Eu juro, pelo que há de mais sagrado, pelo túmulo de minha mãe, pela nossa conta no banco, pela cabeça dos nossos filhos que não era eu naquela foto de carnaval no Cascalho que saiu na Folha da Manhã. O quê? Alô! Alô!

Como é que eu sei qual é a foto? Mas você não acaba de dizer... Ah, você não chegou a dizer... ah, você não chegou a dizer qual era o jornal. Bom, bem. Você não vai acreditar mas acontece que eu também vi a foto. Não desliga! Eu também vi a foto e tive a mesma reação. Que sujeito parecido comigo, pensei. Podia ser gêmeo.

Agora, querida, nunca, em nenhum momento, está ouvindo? Em nenhum momento me passou pela cabeça a idéia de que você fosse pensar - querida, eu estou até começando a achar graça -, que você fosse pensar que aquele era eu. Por amor de Deus. Pra começo de conversa você pode me imaginar de pareô vermelho e colar havaiano, pulando no Cascalho com uma bandida em cada braço? Não, faça-me o favor. E a cara das bandidas! Francamente, já que você não confia na minha fidelidade, que confiasse no meu bom gosto, poxa! O quê? Querida, eu não disse "pareô vermelho". Tenho a mais absoluta, a mais tranqüila, a mais inabalável certeza que eu disse apenas "pareô". Como é que eu podia saber que era vermelho se a fotografia não era em cores, certo? Alô? Alô? Não desliga! Não...

Olha, se você desligar está tudo acabado. Tudo acabado. Você não precisa nem voltar da praia. Fica aí com as crianças e funda uma colônia de pescadores. Não, estou falando sério. Perdi a paciência. Afinal, se você não confia em mim não adianta nada a gente continuar.

Um casamento deve se... se... como é mesmo a palavra?... se alicerçar na confiança mútua. O casamento é como um número de trapézio, um precisa confiar no outro até de olhos fechados. É isso mesmo. E sabe de outra coisa? Eu não precisava ficar na cidade durante o carnaval. Foi tudo mentira. Eu não tinha trabalho acumulado no escritório coisíssima nenhuma. Eu fiquei sabe para quê? Para testar você. Ficar na cidade foi como dar um salto mortal, sem rede, só para saber se você me pegaria no ar. Um teste do nosso amor. E você falhou. Você me decepcionou. Não vou nem gritar por socorro. Não, não me interrompa. Desculpas não adiantam mais. O próximo som que você ouvir será do meu corpo se estatelando, com o baque surdo da desilusão, no duro chão da realidade. Alô? Eu disse que o próximo som... que...

O quê? Você não estava ouvindo nada? Qual foi a última coisa que você ouviu, coração? Pois sim, eu não falei – tenho certeza absoluta que não falei - em "pareô vermelho". Sei lá que cor era o pareô daquele cretino na foto. Você precisa acreditar em mim, querida. O casamento é como um número de... Sim. Não. Claro. Como? Não. Certo. Quando você voltar pode perguntar para o...

Você quer que eu jure? De novo? Pois eu juro. Passei sábado, domingo, segunda e terça no escritório. Não vi carnaval nem pela janela. Só vim em casa tomar um banho e comer um sanduíche e vou logo voltar para lá. Como? Você telefonou para o escritório. Meu bem, é claro que a telefonista não estava trabalhando, não é, bem. Ha, ha, você é demais. Olha, querida? Alô? Sábado eu estou aí. beijo nas crianças. Socorro. Eu disse, um beijo.

Trapezista - Luís Fernando Verissímo

Fobias - Luís Fernando Verissímo

As pessoas que defendem o pastoral e a volta ao primitivo nunca se lembram, nas suas rapsódias à vida rústica, dos insetos. Sempre que ouço alguém descrever, extasiado, as delícias de um acampamento - ah, dormir no chão, fazer fogo com gravetos e ir ao banheiro atrás do arbusto - me espanto um pouco mais com a variedade humana.
Somos todos da mesma espécie, mas o que encanta uns horroriza outros. Sou dos horrorizados com a privação deliberada. Muitas gerações contribuíram com seu sacrifício e seu engenho para que eu não precisasse fazer mais nada atrás do arbusto. Me sentiria um ingrato fazendo. E a verdade é que, mesmo para quem não tem os meus preconceitos, as delícias do primitivo nunca são exatamente como as descrevem. Aquela legendária casa à beira de uma praia escondida onde a civilização ainda não chegou, ou chegou mas foi corrida pelo vento, e onde tudo é bom e puro, não existe. E se existe, nunca é bem assim.
- Um paraíso! Não há nem um armazém por perto.
Quer dizer, não há acesso à aspirina, fósforos ou qualquer tipo de leitura salvo, talvez, metade de uma revista Cigarra de 1948, deixada pelos últimos ocupantes da casa quando foram carregados pelos mosquitos.
- A gente dorme ouvindo o barulho do mar...
E de animais terrestres e anfíbios tentando entrar na casa para morder o seu pé. E, se morder, você morre. O antibiótico mais próximo fica a 100 quilômetros e está com a data vencida.
Não. Fico na cidade. A máxima concessão que faço à vida natural, no verão, são as bermudas. E, assim mesmo, longas. Muito curtas e já é um começo de volta à selva.
Não sei como se chamaria o medo de não ter o que ler. Existem as conhecidas claustrofobia (medo de lugares fechados), agorafobia (medo de espaços abertos), acrofobia (medo de altura), collorfobia (medo do que ele vai nos aprontar agora) e as menos conhecidas ailurofobia (medo de gatos), iatrofobia (medo de médicos) e até treiskaidekafobia (medo do número treze), mas o pânpco de estar, por exemplo, num quarto de hotel, com insônia, sem nada para ler não sei que nome tem. É uma das minhas neuroses.

FRASES QUE VOCÊ NUNCA OUVIRÁ DE UM HOMEM!


1-Já que eu tô de pé, quer alguma coisa?
2-Nossa, amor, você parece triste. Quer conversar? Quem sabe uma massagem.
3-Por que a gente não vai no shopping e você escolhe alguns sapatos novos?
4-Desliga a TV amor. Acho que precisamos falar sobre nossa relação.
5-Não...não estou com pressa, pode acabar de se arrumar.
6-Futebol? Não, prefiro ir ao shopping com você.
7- Você está com dor de cabeça?Deixa que eu pego um remédio para você e faço uma massagem para relaxar.
8-Eu realmente não sei o caminho. Vamos parar e perguntar.
9-Esse vestido ficou bom, mas porque você não experimenta mais alguns?
10-Hoje não querida, estou com dor de cabeça.
11-Você cortou o cabelo, pintou ou escovou?!
12-Vamos ao restaurante mais caro da cidade, pois você merece!
13-Vamos hoje na casa de sua mãe. Faz tanto tempo que não a vemos.
14-Pode deixar a louça comigo! Hoje é domingo e você merece descansar.
15-Eu? Para o bar? De jeito nenhum! Só vou se você for também.
16-Adoro sair com você e seus amigos.
17-Não vou beber muito! Afinal, ficar de pileque é fazer você passar vergonha.
18- Querida, vou reclamar com o vizinho sobre essa história da filha dele ficar só de calcinha na janela.
19-Como assim você esqueceu nosso aniversário de namoro?
20-Meu amor! Já coloquei a roupa suja na máquina.

Então,
Se seu namorado, noivo, marido, ficante, amante ou peguinha costuma falar qualquer das frases acima, minha querida, pode desconfiar!
By Jr
"Sei que não acredita que és meu anjo,
mas quando sei que vou te ver,me faço fraca.
Pra ter a deliciosa sensação de estar protegida
Quando estiver ao seu lado..."

terça-feira, 22 de junho de 2010

Telefones celulares, agendas eletrônicas e computadores portáteis cada vez mais compactos, e portanto com teclas cada vez menores, pressupõem usuários com dedos finos. Se vale a teoria da seleção natural de Darwin, as pessoas com dedos grossos se tornarão obsoletas, não se adaptarão ao mundo da microtecnologia e logo desaparecerão. E os dedos finos dominarão a Terra. Há quem diga que, como os miniteclados impossibilitam a datilografia tradicional e, com o advento das calculadoras, os cinco dedos em cada mão perderam a sua outra utilidade prática, que era ajudar a contar até dez, os humanos do futuro nascerão só com três dedos em cada mão: o indicador para digitar (e para indicar, claro), o dedão opositor para poder segurar as coisas e o mindinho para limpar o ouvido.

Outra inevitável evolução humana será a pessoa já nascer com um dispositivo — talvez um dente adicional, cuneiforme, na frente — para desembrulhar CDs e outras coisas envoltas em celofane, como quase tudo hoje em dia. E fiquei pensando no enorme aperfeiçoamento que seria se as próprias pessoas viessem envoltas numa espécie celofane em vez de pele. Imagine as vantagens que isto traria.

No lugar de derme e epiderme, uma pele transparente que permitisse enxergar todos os nossos órgãos internos, tornando dispensáveis o raio X e outras formas de nos ver por dentro. Bastaria o paciente tirar a roupa para o médico olhar através da sua pele e dar o diagnóstico, sem precisar apalpar ou pedir exames.

Está certo, seríamos horrorosos. Em compensação, a pele transparente seria um grande equalizador social. "Beleza interior" adquiriria um novo sentido e ninguém seria muito mais bonito que ninguém, embora alguns pudessem ostentar um baço mais bem acabado ou um intestino delgado mais estético, e o corpo de mulheres com pouca roupa ainda continuasse a receber elogios ("Que vesícula!").

Acabaria a inveja que as mulheres têm, uma da pele das outras, e a consequente necessidade de peelings, liftings, botox, etc. E como todas as peles teriam a mesma cor — cor nenhuma — estaria provado que somos todos iguais sob os nossos invólucros, e não existiria racismo. Fica a sugestão, para quando nos redesenharem.

Invólucros - Luis Fernando Veríssimo

É preciso ter força para ser firme,

mas é preciso coragem para ser gentil.

É preciso ter força para se defender,

mas é preciso coragem para baixar a guarda.

É preciso ter força para ganhar uma guerra,

mas é preciso coragem para se render.

É preciso ter força para estar certo,

mas é preciso coragem para ter dúvida.

É preciso ter força para manter-se em forma,

mas é preciso coragem para ficar de pé.

É preciso ter força para sentir a dor de um amigo,

mas é preciso coragem para sentir as próprias dores.

É preciso ter força para esconder os próprios males,

mas é preciso coragem para demonstrá-los.

É preciso ter força para suportar o abuso,

mas é preciso coragem para faze-lo parar.

É preciso ter força para ficar sozinho,

mas é preciso coragem para pedir apoio.

É preciso ter força para amar,

mas é preciso coragem para ser amado.

É preciso ter força para sobreviver,

mas é preciso coragem para viver.

Se você sente que lhe faltam a força e a coragem,

queira Deus que o mundo possa abraçá-lo hoje

com Calor e Amor !

E que o vento possa levar-lhe uma voz que lhe diz

que há um Amigo, vivendo num outro lado do Mundo,

desejando que você esteja bem.

segunda-feira, 21 de junho de 2010


Não se cubra, descubra
Não embace, desembarace
Não encolha, se atire
Não se feche, arrepie
Não gele, incendeie
Não amarele, avermelhe
Não trema, estremeça...

Texto da campanha da linha Todo dia da Natura

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Crônica do Absorvente - Luís Fernando Veríssimo

Aceitei o desafio de passar um dia com um modess na cueca. A primeira menção do assunto modess me causa uma vontade de gargalhar irracional. Pois eu resolvi que já era hora de encarar esse trauma de forma mais íntima.

O primeiro passo foi comprar a pequena fralda na farmácia. Isso foi fácil. Na verdade, foi até divertido. Fiquei torcendo pra mulher do caixa perguntar, e eu responder de forma bem "casual": "É pra sua namorada??? "Não. É pra mim!!!" Só que ninguém nem tchuns, o que prova que as meninas ficam constrangidas à toa. Na verdade, menstruar é uma parada normal.Acontece nas melhores famílias.

Comprei um não-sei-o-que "mini". Não ligo pra grifes, ainda mais de modess. Mas nesse caso, o que importava era o tamanho. E era mini. Porque, se é pra eu fazer esse papel de usuário de absorventes, pelo menos que eu não passe por arrombado. E a diferença de bitola entre o mini e o super é significativa, o que me fez pensar sobre como algumas mulheres são maiores que as outras...bom.

Comprei também um tablete Valda pra dar uma dechavada básica e fui pra casa realizar o sacrifício que me tornaria um membro da classe masculina mais compreensiva com o sexo oposto.

Chegando em casa, fui tentar abrir o pacote. Impulsivo por natureza, o homem não se dá ao trabalho de procurar linhas pontilhadas e, assim sendo, comecei abrindo errado. A abertura na horizontal tem um porquê, se adapta melhor à bolsa e deixa o absorvente mais à mão no caso de uma enxurrada inesperada. Mas eu ignorei, pois não uso bolsa.

Ao retirar a peça do invólucro, você tem que descolar uma abinha para grudar na roupa íntima.Se a menstruação em si não deixar "incomodada", essa almofada intrusa no seu chakra genital com certeza vai.

Calculei que o centro do modess ficasse na altura da "terra de ninguém", de forma que ele não invadisse o território peniano. O saco reclamou um pouco, já que não se tratava de uma cueca duplex com teto solar. Um pouco de paciência e um pequeno remanejamento espacial e tudo estava resolvido.

A primeira coisa que se pensa ao compor o modelão usando absorventes externos é: "Será que está marcando?".

Por isso é essencial que você faça tudo com a companhia de um aliado. Assim, você vai poder contar com um correspondente nos países baixos, que vai lhe avisar caso o modess cisme em querer se destacar na sua bunda.

Ao sair de casa, fingi que não tinha um objeto parasitário ultrajando a minha intimidade. Mas parece que está piscando um outdoor na sua testa avisando "estou de chico". E eu nem tava!!! Que absurdo...

Até encontrar seu aliado (a), é sempre bom dar uma conferida nos reflexos que você encontrar pelo caminho, como espelhos e vitrines, pra ver se está marcando. DANE-SE a queda na bolsa de Tóquio ou a reforma ministerial. O que importa é que ninguém perceba que você está aqueles dias.

E a preocupação é uma constante. Não dá pra esquecer que seu fundilho está acolchoado.

Ao final de minha jornada, foi um alívio tirar o cuecão e zunir o modess no lixo. Claro que eu tive o cuidado de dobrá-lo e escondê-lo no canto do lixo, antes, envolvendo com muito papel higiênico para que ninguém se deparasse com aquele objeto indesejável depois do almoço. Daí eu entendi por que às vezes tem um montinho de papel enrolado num canto da cestinha do banheiro.

Iuch! Se eu tivesse que usar isso a cada ciclo, ia ter uma crise pré-menstrual que ia durar uns trinta dias por mês. E as mulheres nem ganham adicional por insalubridade.VOCÊS SÃO HEROÍNAS...AMO, ADORO VOCÊS MULHERES MARAVILHOSAS!

Agora dá para entender um "pouco" essa tal de TPM!!!!! Aprendi a ser MAIS compreensivo.....com vocês. Sintam-se todas acariciadas por mim nestes períodos...

Eu te desejo
Não parar tão cedo
Pois toda idade tem
Prazer e medo...

E com os que erram
Feio e bastante
Que você consiga
Ser tolerante...

Quando você ficar triste
Que seja por um dia
E não o ano inteiro
E que você descubra
Que rir é bom
Mas que rir de tudo
É desespero...

Amor pra recomeçar - Frejat

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Um abraço. Um sorriso, risadas, é o que mais adoro em 'nós'.
Meu colo, tem espaço para você e para mim.
Na verdade, foi feito para você.
Eu sou assim mesmo, tenho que te mimar, dar dengo, só pra te fazer sorrir.
Brincadeiras, que te deixam vermelho, que te irritam, e então, eu faço aquela cara, tão tristonha, um biquinho, dou meu olhar mais carente, e você não resiste...
Agora, só agora, antes de me deixar ir, suspira, e me olha com amor, o suficiente para me fazer dar meu sorriso mais sincero.
No meu abraço, você sempre terá seu lar, sem muita pressa, só um abraço, aninhada a mim, como nasceu para estar. Cochilando, com uma expressão tão sereno, calmamente, lindamente...
Outono, Inverno, Primavera, Verão... Não importa a estação, estamos aqui, juntos, amarrados, por um fio invisível, um amor que nos une, nos prende, nos aquece, e felicita.
"O que quer que você faça na vida, será insignificante, mas é muito importante que você o faça, porque ninguém mais o fará, como quando alguém entra na sua vida; uma metade diz que você não está preparado, e a outra metade diz faça que ele seja seu para sempre.
"Pra mim, só vale a segunda parte.
Tudo que você me faz, traz, e causa, resultam em momentos incríveis, geram um algo especial. Lembranças. Boas, estranhas, nostalgicas, saudosas, ruins, chatas, excitantes.
Lembranças, que eu quero guardar pra sempre, junto a ti, no meu peito.
Bruno M. Tôp

terça-feira, 15 de junho de 2010

"É que me dá um pontinha de ciúmes, sabe? Também não é nenhuma tragédia, é coisa assim, de ex-namorada. (...)
Parece que eu peguei um vestido muito especial e emprestei para uma amiga. E essa amiga vestiu o vestido e o vestido ficou muito mais bonito nela do que ficava em mim. Daí, ela foi para um festão, sujou o vestido, deixou cair vinho no vestido (...) e o vestido, continua muito mais bonito nela do que ficava em mim.
- Você arrependeu de emprestar seu vestido para uma amiga?
- Não, não me arrependi, mas ela tem que cuidar muito bem, né, para merecer.
- Senão?
- Eu pego de volta."

Divã - Martha Medeiros

Verdades e segredos
Reflexos e canteiros de girassóis
Se confundem com você o tempo inteiro
E até hoje não houve um só dia
Em que eu não me lembrasse
Daqueles nossos dias
E até hoje não houve um só dia
Em que eu não me lembrasse de você...

Tudo me faz lembrar você - J Quest

Pessoas consideradas inteligentes dizem que a felicidade é uma idiotice, que pessoas felizes não se deprimem, não têm vida interior, não questionam nada, são uns bobos alegres, enfim, que a felicidade anestesia o cérebro.

Eu acho justamente o contrário: cultivar a infelicidade é que é uma burrice. O que não falta nessa vida é gente sofrendo pelos mais diversos motivos: ganham mal, não têm um amor, padecem de alguma doença, sei lá, cada um sabe o que lhe dói.

Todos trazem uns machucados de estimação, você e eu inclusive. No que me diz respeito, dedico a meus machucados um bom tempo de reflexão, mas não vou fechar a cara, entornar uma garrafa de uísque e me considerar uma grande intelectual só porque reflito sobre a miséria humana. Eu reflito sobre a miséria humana e sou muito feliz, e salve a contradição.

Felicidade depende basicamente de duas coisas: sorte e escolhas bem feitas.

Tem que ter a sorte de nascer numa família bacana, sorte de ter pais que incentivem a leitura e o esporte, sorte de eles poderem pagar os estudos pra você, sorte por ter saúde. Até aí, conta-se com a providência divina. O resto não é mais da conta do destino: depende das suas escolhas.

Os amigos que você faz, se optou por ser honesto ou ser malandro, se valoriza mais a grana do que a sua paz de espírito, se costuma correr atrás ou desistir dos seus projetos, se nas suas relações afetivas você prioriza a beleza ou as afinidades, se reconhece os momentos de dividir e de silenciar, se sabe a hora de trocar de emprego, se sai do país ou fica, se perdoa seu pai ou preserva a mágoa pro resto da vida, esse tipo de coisa.

A gente é a soma das nossas decisões, todo mundo sabe. Tem gente que é infeliz porque tem um câncer. E outros são infelizes porque cultivam uma preguiça existencial. Os que têm câncer não têm sorte. Mas os outros, sim, têm a sorte de optar. E estes só continuam infelizes se assim escolherem.

Martha Medeiros

segunda-feira, 7 de junho de 2010

sábado, 5 de junho de 2010

Pode brincar,
Eu te conheço, sei jogar seu jogo
Sei que você vai se queimar
Sei que não agüenta fogo e vai quebrar a cara
Quando me ver escapando entre seus dedos
Ou dividindo os meus segredos com outra pessoa
Hoje eu acordei gostando mais de mim
Vou cair fora numa boa
Então fica assim
A gente se encontra outra ocasião
Na festa junina, festa de peão
No bar da esquina
O mundo é tão pequeno afinal
E graças a Deus que o seu amor não me fez tão mal
E o meu coração ainda bate igual
E a gente se encontra em outro Carnaval,
O mundo é tão pequeno afinal...

O mundo é tão pequeno - Jorge e Mateus

quinta-feira, 3 de junho de 2010

I'm not a perfect person
There's many things I wish I didn't do
But I continue learning
I never meant to do those things to you
And so I have to say before I go
That I just want you to know

I've found a reason for me
To change who I used to be
A reason to start over new
And the reason is you

I'm sorry that I hurt you
It's something I must live with everyday
And all the pain I put you through
I wish that I could take it all away
And be the one who catches all your tears
That's why I need you to hear

I've found a reason for me
To change who I used to be
A reason to start over new
And the reason is you...

The Reason - Hoobastank

terça-feira, 1 de junho de 2010

Por que você me deixa tão solto,
vou perdendo a cabeça se estou longe de ti.
Eu fico desenhando o passado,
tudo esta atrasado sem você por aqui.
Me beija sem medo de dizer,
estou a dois passos posso tocar em ti.
E cara a cara entender meu mundo girando só em torno de ti.
Deixou digitais em mim, agora vem pedindo que esqueça.
Deixou digitais em mim, procure alguém melhor que mereça .

Semana passada fui conhecer a Aldeia Indígena Cajuí, apesar de a viagem ser bem cansativa foi tudo de bom... Eu tava mesmo precisando dar uma saidinha.
Só fiquei triste por perceber que os índios estão perdendo a sua cultura. Preferem usar miçangas de vidro ao invés de biojóias, recordam suas cantigas e danças poucas vezes por ano, mas sabem de cor as músicas que estão nas paradas de sucesso...
Nós, em compensação, ficamos encantadas com tudo que pudemos aprender lá. Até peguei emprestado uns cocares pra tirar fotos... fora as pinturas, que mesmo com uma semana resistem bravamente...
Me lembro bem do dia, a hora e o lugar
Que eu fiquei ligado em você
Me aventurei mas não quis me arriscar
Eu só pensei no prazer

Logo depois vi que era tarde demais
Pra tentar fugir de você
Eu me envolvi, não consegui disfarçar
E o impossível aconteceu

Mas se meu destino te pôs no meu caminho
Meu Deus, quem sou eu pra evitar?

Eu que lutei pra me impedir de gostar
No primeiro beijo eu me perdi
Daquele exato momento pra cá
Eu já não mandava em mim...

É pra sempre te amar - Guilherme e Santiago