Pages

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011


Que a força do medo que tenho não impeça de ver o que sei.
Que a música que ouço ao longo seja linda, mesmo que triste.
Que o homem que eu amo seja para sempre amado, ainda que distante, porque metade de mim é partida e a outra metade é a saudade.
Que as palavras que eu falo sejam ditas como prece, como a única coisa que resta a uma pessoa inundada de sentimentos, porque metade de mim é o que ouço, e a outra metade é o que calo.
Que essa vontade de ir embora, se transforme na calma e na paz que eu mereço.
Que essa tensão que me corrói por dentro, seja um dia recompensada, porque metade de mim é o que penso e a outra metade é um vulcão.
Que o medo da solidão se afaste e que o convívio comigo se torne menos suportável. Que o espelho reflita em meu pensamento um doce sorriso que lembro ter dado na infância, porque metade de mim é a lembrança do que fui, e a outra metade eu não sei. Que seja preciso mais do que uma simples alegria para me fazer aquietar o espírito. E que o teu silêncio me fale cada vez mais, porque metade de mim é abrigo, mas a outra metade é o cansaço.
Que a arte nos aponte uma resposta, mesmo que ela não saiba e que ninguém tente complica-la. Porque é preciso simplicidade para faze-lo florescer.
E que a minha loucura seja perdoada porque metade de mim é o amor e a outra metade também!

Nenhum comentário:

Postar um comentário