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quinta-feira, 8 de abril de 2010

Te olho nos olhos e você reclama que te olho muito profundamente.
Desculpa,
Tudo que vivi foi profundamente...
Eu te ensinei quem sou...
E você foi me tirando os espaços entre os abraços,
Guarda-me apenas uma fresta.
Eu que sempre fui livre,
Não importava o que os outros dissessem.
Até onde posso ir para te resgatar?
Reclama de mim, como se houvesse a possibilidade...de me inventar de novo.
Desculpa...se te olho profundamente,
Rente à pele...A ponto de ver seus ancestrais...Nos seus traços.
A ponto de ver a estrada...Muito antes dos seus passos.
Eu não vou separar as minhas vitórias
Dos meus fracassos!
Eu não vou renunciar a mim;
Nenhuma parte, nenhum pedaço do meu ser vibrante, errante, sujo, livre, quente.
Eu quero estar viva e permanecer
Te olhando profundamente."

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